terça-feira, 25 de agosto de 2009

O balanço do ônibus já a fazia se sentir ansiosa , um percurso de ônibus que antes parecia longo e agora, tão familiar e comum, já que o destino não poderia ser melhor.
Ao cruzar a rua esperada, uma invasão de borboletas a sobe pelo estomâgo, uma sensação agradável, mas que conforme o ônibus andava a fazia se sentir um tanto que enjoada.
Quando os pés tocam o chão, eles seguem direto ao velho caminho, cheio de curvas e ruas, mas eles não erram e seguem o único trajeto que conhecem.
Entrar naquele quarto, é como fazer o mundo lá fora abandonar os dois seres que o lá estão e deixá-los lá por 5hrs e algumas eternidades.
Ela tira o casaco molhado da fina garoa que sempre a acompanha na viagem, deita na cama que mais deseja quando está longe, e é firmemente e fielmente envolta de um abraço o qual a faz literalmente viajar.
A visão de algumas prateleiras, posters colados - alguns já desgastados ,uma cômoda mais ou menos arrumada, que segura uma tv a qual sempre está ligada no mesmo canal tocando uma música nova, a qual parece velha pra eles, cujo refrão diz algo como : " não me lembro ,como eu era antes de você" , os fazem ficar alguns minutos estaticos, apreciando o momento, de pertencer um a outro.
Ela adora observar aquilo que ninguém jamais observou, ou nunca deu atenção ; como uma pintinha no polegar da mão esquerda dele.
Ele gosta de lhe fazer cócegas e passar as mão no cabelo, vê-la sorrir e gargalhar de algum modo o faz bem.
O relógio corre, e para os dois ainda mais rapidamente,e eles ainda então rolando na cama, amassando o edredom, o rosto, o travesseiro, um ao outro.
Quando escuresse é hora de retomar o caminho que dessa vez é contrário.Mas essa despedida um dia não vai mais precisar ser feita.
As 5hrs já se passaram ... mas ainda falta algumas eternidades.