Ela adorava o metro.
Desde a estação lotada, até o vagão vazio. De algum jeito aquela máquina gigante e rápida que se move agilmente debaixo de uma cidade inteira, a fazia se sentir mais aconchegada.
Talvez seja por causa das pessoas, todas modernas, apressadas, diferentes, ousadas ou o modo de como se comportam quando trancadas dentro de um vagão debaixo da terra.Ela poderia apostar, que via o que ninguem vai via.
Como o cara alto de terno que olhara a moça de vestido com olhar malioso; como a moça ruiva que apertava o celular como se tivesse torcendo para ele tocar; olhava a mulher de uniforme e como ela tirava os esmaltes das unhas; lia o sussurar do garoto de bone e mochila que cantara baixo a música alta do mp4.
Eu não entendo o porque, mas o movimento de entra e sai ,abre e fecha das portas fazia alguma coisa na garota borbulhar.
Depois de umas cinco estações bem movimentadas, a garota já se encontrara praticamente sozinha, pois tinha certeza que o cara dormindo do outro lado e o casal de idosos num estado praticamente vegetativo no canto direito, nem notavam sua estada naquele vagão.
O sinal toca e aquelas são as últimas portas que abrem,é tudo tão rapido : as luzes, os sons, as pessoas que chegam, que entram, o andar, o correr , que a garota nem percebe que já está fora do vagão o qual já saíra lotado denovo.
Era ela, a estação, um corredor escuro extenso, uma escada rolante e luzes de meio ambiente.
Havia somente um pessoa na ponta da escada, embaixo das luzes, no meio da estação.
Talvez a menina não gostasse tanto do metro, das pessoas, das luzes, nem muito do som, muito menos do aperto, nem dos costumes alheios e também nem da agilidade da máquina.
Talvez a menina gostara do terminal, das luzes, das escadas ... ou de alguma coisa que estava entre elas.
Um comentário:
amiga, esse texto realmente é a sua cara!
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